
A noite de domingo (20/7) foi marcada por uma notícia devastadora: Preta Gil, cantora, atriz e empresária, morreu aos 50 anos, nos Estados Unidos, vítima de complicações de um câncer colorretal. Ela lutava contra a doença desde janeiro de 2023 e, nos últimos meses, realizava um tratamento experimental em Nova York, numa tentativa corajosa de prolongar a vida.
A despedida inesperada
Preta estava em UTI aérea, pronta para embarcar de volta ao Brasil. Queria, segundo amigos próximos ouvidos pela coluna de Fábia Oliveira, realizar seu último desejo: ser velada no Rio de Janeiro e enterrada na Bahia, sua terra de origem. Mas seu estado piorou rapidamente. Durante uma sessão de quimioterapia, Preta passou mal e morreu dentro de uma ambulância, a caminho do aeroporto.
Os últimos dias de luta
Nos últimos três meses, Preta estava nos EUA, entre Nova York e Washington, onde era atendida por especialistas do Virginia Cancer Institute e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center. A própria cantora revelou, em entrevista ao Fantástico, que faria uso de medicamentos em fase final de teste. “Tenho mil privilégios, sei que tenho. Isso faz toda a diferença”, desabafou, emocionada.
Ela vinha compartilhando os momentos mais difíceis e também os mais esperançosos nas redes sociais. Postagens mostrando a rotina de tratamento, o carinho dos amigos e o apoio da família se tornaram frequentes. “Mais uma dose, é claro que eu tô a fim”, escreveu certa vez, citando Cazuza, enquanto tomava medicação na veia.
Amor, arte e resistência
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta Gil foi uma mulher múltipla. Não era só cantora: foi também empresária, atriz, produtora e ativista. Deixou uma marca forte na cultura brasileira com sua voz, autenticidade e posicionamentos firmes. Nunca escondeu sua luta contra o preconceito, defendeu pautas sociais e acolheu multidões com seu jeito direto e afetuoso.
Durante o tratamento nos EUA, recebeu visitas de amigos como Claudia Raia, Regina Casé, Cynthia Sangalo e Ju de Paulla. A atriz Carolina Dieckmann chegou a viajar de surpresa para vê-la, mas, segundo relatos, não sabia que o quadro era tão grave.
Um último pedido
Segundo pessoas próximas, Preta queria voltar ao Brasil. Sentia que estava perto do fim e expressou claramente sua vontade de retornar para casa, ainda que em estado delicado. A ideia era chegar ao Rio e seguir para a Bahia, onde desejava ser enterrada.
A despedida foi dura. Flora Gil, madrasta de Preta, publicou um texto emocionado logo após se despedir dela em Nova York: “Nosso universo gira em torno de você, Pretinha. Saiba que estamos juntas. Te amo, hoje e para sempre.”
- Com informações do O Globo