Reajuste previsto já movimenta expectativas

Com a virada do ano se aproximando, o salário mínimo volta ao centro das atenções de trabalhadores e aposentados. A projeção do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias indica que o piso nacional deve subir para R$ 1.631 a partir de 1º de janeiro de 2026. O valor segue a fórmula atual de reajuste, baseada no INPC do ano anterior somado ao crescimento do PIB de dois anos antes.

Para quem depende desse piso como referência — seja em contratos CLT, benefícios do INSS ou programas atrelados ao mínimo — o aumento já começa a ser considerado no planejamento do próximo ano.

O que ainda pode mudar

Apesar de constar no PLDO, o valor não está totalmente fechado. A sanção presidencial é quem confirma, ajusta ou redefine o número final. O governo deve oficializar o valor nos próximos dias, como determina o calendário da Constituição Federal.

A atualização anual evita perdas acumuladas pela inflação, mas não garante avanços expressivos no poder de compra. Por isso, muitos trabalhadores acompanham as mudanças com cautela, conscientes de que o reajuste melhora o cenário, mas não resolve todas as pressões financeiras do mês a mês.

A distância entre o mínimo e o ideal

Paralelamente ao debate político, outro dado segue chamando a atenção: o cálculo do DIEESE estimou, em setembro de 2025, que o salário mínimo ideal para cobrir despesas básicas de uma família de quatro pessoas seria de R$ 7.075,83. A comparação escancara o abismo entre o valor considerado suficiente e o valor que de fato estará em vigor.

Enquanto isso, a projeção de R$ 1.631 vai guiando expectativas — sem grandes celebrações, mas com a atenção de quem depende desse piso para organizar a vida.