Sustentabilidade na Agricultura
Diversificação agrícola dobra fixação de carbono no solo
Pesquisa brasileira mostra que mudar o jeito de plantar pode ajudar o planeta e ainda melhorar a produção

Como a diversidade no campo pode frear o aquecimento global
É no chão da roça que pode estar uma das soluções mais eficientes contra a crise climática. Um estudo liderado por pesquisadores da USP e UFRGS mostrou que diversificar os cultivos, ou seja, não depender só de soja ou milho, por exemplo — pode mais que dobrar a capacidade do solo de capturar carbono. E isso muda tudo.
A lógica é simples: mais espécies vegetais, mais raízes, mais matéria orgânica. Isso se traduz em um solo mais rico, capaz de guardar por mais tempo o CO₂ que a gente tanto precisa tirar da atmosfera. Só pra ter idéia, em áreas que antes eram monocultura, a diversificação aumentou a fixação para mais de 0,6 tonelada por hectare ao ano.
O trabalho também derruba uma velha crença: a de que o solo só consegue estocar carbono por no máximo 20 anos. Com amostras colhidas até um metro de profundidade, os cientistas viram que dá pra armazenar carbono por até 40 anos e em camadas profundas.
Além do impacto ambiental, o solo mais saudável melhora a retenção de água, a oferta de nutrientes e pode até aumentar a produtividade. Ou seja: ganha o planeta, ganha o produtor. Talvez seja hora de olhar pro campo com outros olhos.