
Em 2025, o Brasil realizou quase 20 mil transplantes – 7.098 de órgãos e 12.746 de córneas. Parece um número grande, né? E é. Mas a fila de espera ainda é imensa: mais de 57 mil pessoas aguardam por um órgão que pode mudar suas vidas.
O cenário mostra uma realidade dura: só de fígado, mais de 1,3 mil pacientes precisam; para coração, são 300; e para córneas, quase 24 mil. A visão de quem está nessa lista não é fácil. Muitos enfrentam um sofrimento diário, na esperança de uma cirurgia que pode ser a chance de recomeçar.
Mas, infelizmente, a fila não diminui tão rápido quanto deveria. Por quê? Uma parte da resposta está na resistência das famílias em autorizar a doação, mesmo quando o próprio paciente manifestou esse desejo em vida. Motivos religiosos, culturais e pessoais pesam muito nessas decisões difíceis.
Além disso, há problemas estruturais que não podem ser ignorados: falta de postos de coleta, equipes médicas preparadas e uma logística eficiente para garantir que os órgãos cheguem a tempo para o transplante. É um quebra-cabeça complexo que exige ação conjunta.
Por outro lado, o Brasil é destaque mundial na realização desses procedimentos, com um sistema robusto e milhares de vidas transformadas. O rim é o órgão mais transplantado, com 4.746 cirurgias, seguido pelo fígado e coração. Curioso notar que a maioria dos receptores de órgãos são homens, enquanto a maioria das córneas vai para mulheres.
Há uma luta constante para aumentar o número de doadores, com campanhas que buscam sensibilizar as famílias e também pressionar o poder público para criar leis que facilitem esse processo. A verdade é que cada doação representa uma chance de vida para alguém — e não são poucos os jovens, crianças e adultos que aguardam ansiosamente por esse gesto de solidariedade.
Neste Dia Nacional da Doação de Órgãos, vale refletir: doar é um ato de amor que pode salvar uma vida inteira. Que as famílias possam, cada vez mais, enxergar nisso a importância de um legado humano, capaz de transformar dor em esperança.