
Uma proposta em estudo pelo Governo Federal está mexendo com a cabeça — e os nervos — de quem sonha em tirar a carteira de motorista. A ideia é permitir que o candidato à CNH possa estudar por conta própria, sem precisar passar por uma autoescola.
A regra, se aprovada, dispensaria a obrigatoriedade das aulas teóricas e práticas em instituições credenciadas. O futuro condutor teria acesso gratuito ao material dos órgãos de trânsito e poderia contratar apenas um instrutor habilitado para as aulas práticas. Em Goiânia, o assunto já ganhou as calçadas, os grupos de WhatsApp e, claro, virou tema de bate-papo no ponto de ônibus.
Cláudio Andrade, analista de sistemas, viu com bons olhos. “Acho ótimo. As autoescolas cobram caro demais e nem sempre ajudam. Tem gente que sai de lá se sentindo despreparado. Se eu puder estudar por conta e mostrar que sei na prova, tá valendo. Num país onde tudo pesa no bolso, qualquer economia ajuda”, argumenta.
Mas nem todo mundo concorda.
Para Luiz, motorista há mais de 20 anos, a proposta vai além do debate financeiro. “Autoescola não é só pra ensinar a dirigir. Tem gente que vive disso. Vai desempregar muita gente. E pior: pode colocar motorista despreparado na rua. Já tá perigoso do jeito que tá.”
Wallisom, entregador de aplicativo, não esconde o receio.
“Imagina o tanto de gente que vai pular etapas. Tem gente que não respeita nem com aula, sem aula vai virar faroeste. Trânsito não é lugar pra testar coragem, não. É coisa séria.”
A proposta ainda está em fase de análise, mas já deu uma prévia de como a população está dividida. No meio do caminho, estão o direito de economizar, a necessidade de trabalhar e o desafio de manter as ruas seguras. Seja qual for a decisão final, ela promete mudar — e muito — a forma como o Brasil ensina (ou não) a dirigir.
- Com informações do Mais Goiás