
Os corredores da Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, amanheceram mais silenciosos nesta quinta-feira (21). O motivo? A paralisação dos anestesiologistas, que interrompeu todos os partos com intervenção anestésica — inclusive cesáreas — e outros procedimentos essenciais, como curetagens.
A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO) deixou de atender após quase um ano de impasse. O motivo é uma dívida de R$ 1,4 milhão, que, segundo a entidade, se arrasta desde setembro de 2024 sem qualquer proposta de pagamento por parte da Fundahc, responsável pela gestão da unidade.
Partos suspensos e pacientes redirecionadas
Com a paralisação, a Prefeitura de Goiânia precisou agir rápido. Gestantes sem urgência estão sendo encaminhadas para outras unidades, como o HMDI e o HC-UFG, enquanto só casos emergenciais seguem sendo atendidos na Nascer Cidadão.
A crise, no entanto, não é pontual. A Fundahc já vinha sendo alvo de críticas por falhas administrativas e está em processo de substituição. Três OSSs assumem o controle das maternidades municipais a partir do dia 29 de agosto.
Enquanto a Fundahc culpa a prefeitura pela inadimplência e pela ruptura unilateral do contrato, a SMS afirma que a troca é urgente e necessária. No meio do embate, estão profissionais inseguros, gestantes aflitas e unidades que correm o risco de superlotar.
O cenário é delicado — e, mais do que nunca, exige respostas rápidas para não deixar vidas em risco.