
O Supremo Tribunal Federal abre nesta terça-feira (2) um dos julgamentos mais esperados da história recente do país: Jair Bolsonaro e sete aliados, entre militares e ex-ministros, vão responder por tentar reverter o resultado das eleições de 2022. A acusação é de tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.
A análise do caso começa na Primeira Turma do STF e deve se estender por oito sessões. Serão julgadas provas, delações, depoimentos e o conteúdo que fundamenta a denúncia da Procuradoria-Geral da República. O relator, Alexandre de Moraes, será o primeiro a votar.
O grupo — que inclui nomes como Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Mauro Cid — está no centro da trama golpista que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Segundo a PGR, eles integraram um núcleo de comando articulado, com apoio armado e planejamento para desestabilizar a democracia.
O julgamento terá um forte esquema de segurança: uso de drones, cães farejadores, controle de acesso e limite de público. Mais de 3 mil pessoas se inscreveram para acompanhar as sessões, mas só 1.200 serão autorizadas. A imprensa nacional e internacional marcará presença.
Ainda que condenados, os réus não serão presos de imediato. O cumprimento da pena depende do julgamento dos recursos. Mas, se confirmadas as penas, eles poderão ser detidos em alas especiais ou unidades das Forças Armadas.