Tensão Crescente
Trump envia caças ao Caribe e eleva confronto com Maduro a novo patamar
Após bombardeio a barco e ameaças públicas, EUA e Venezuela se enfrentam com força militar na região

A tensão entre Estados Unidos e Venezuela atingiu um novo pico nesta sexta-feira (5), com a ordem do ex-presidente americano Donald Trump para o envio de 10 caças F-35 ao Caribe. A decisão foi tomada após dois jatos venezuelanos armados sobrevoarem o destróier USS Jason Dunham, que participa de uma operação antidrogas na região.
A escalada começou com o bombardeio de uma embarcação, no dia 2, por militares dos EUA. Segundo Trump, o barco estava carregado de entorpecentes e seria operado pelo Tren de Aragua — grupo que Washington classifica como organização terrorista e atribui ao comando do presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Em resposta, Maduro mobilizou 4,5 milhões de milicianos e, no dia 1º de setembro, prometeu “luta armada” caso seu país seja atacado. Já os EUA reforçaram sua presença no sul do Caribe com navios de guerra, submarino nuclear e agora aviões de combate.
O Departamento de Defesa americano classificou o sobrevoo venezuelano como “altamente provocativo” e reafirmou que suas operações visam combater o narcotráfico. Caracas, por sua vez, recorreu à ONU, alegando “ameaça gravíssima” à soberania nacional.
O cenário revive memórias das tensões históricas entre os dois países, que se intensificaram desde 2019, quando Trump reconheceu Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Desde então, Washington aumentou a recompensa por informações que levem à captura de Maduro — hoje avaliada em US$ 50 milhões.
A movimentação militar amplia os temores de uma possível intervenção dos EUA na Venezuela. Nos bastidores diplomáticos, o clima é de alerta. E o continente observa, com cautela, cada novo passo nesse xadrez geopolítico.