Neste domingo (7), o Vaticano irá oficializar a canonização de Carlo Acutis, jovem italiano morto em 2006, aos 15 anos, vítima de leucemia. A cerimônia acontecerá na Praça de São Pedro, presidida pelo papa Leão XIV, e marca um momento histórico: pela primeira vez, um adolescente da era digital é declarado santo.

Carlo era um garoto comum, com mochila nas costas e camiseta polo — dessas fotos que poderiam estar no Instagram. Mas foi essa simplicidade aliada a uma fé inabalável que o transformou em referência mundial. Apaixonado por computadores, criou um site para catalogar milagres e evangelizar online, muito antes da palavra “influencer” se tornar comum.

Nascido em Londres e criado em Milão, Carlo tocava quem estava por perto. Reunia amigos em casa para conversar sobre fé, acolhia colegas com problemas familiares e frequentava a missa e o rosário diariamente. Ao receber o diagnóstico de leucemia, disse:

“Ofereço meu sofrimento por Deus, pelo papa e pela Igreja.”

Após sua morte, um milagre atribuído a ele — a cura de uma criança brasileira com doença rara — impulsionou o processo de canonização. Seus restos mortais, exibidos em Assis com jeans e moletom, causam comoção: mostram que a santidade também veste roupa comum.

Carlo Acutis agora figura entre santos como Francisco de Assis e Madre Teresa. Para muitos jovens, ele é o sinal de que a fé continua viva — e que, sim, é possível ser santo usando internet, tênis e falando a linguagem do seu tempo.