
O Supremo Tribunal Federal retoma nesta terça-feira (9) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus, em um momento delicado para a democracia brasileira e que ecoa lá fora. A imprensa internacional tem acompanhado cada passo do processo, levantando preocupações que ultrapassam fronteiras políticas.
Veículos como o Financial Times e o New York Times descrevem o clima como tenso, especialmente após os protestos de 7 de setembro. Enquanto apoiadores de Bolsonaro ocuparam ruas com bandeiras do Brasil e dos EUA, exigindo anistia, grupos de esquerda pediram sua prisão imediata.
O Financial Times foi direto: destacou a divisão do país e revelou suposta pressão de Donald Trump sobre o governo brasileiro. Segundo o jornal britânico, a Casa Branca teria ameaçado aumentar tarifas sobre produtos brasileiros caso Bolsonaro seja condenado, além de impor sanções aos ministros do STF. A publicação afirma ainda que Trump chamou o processo de “caça às bruxas”.
Já o New York Times questionou o impacto da mobilização popular na decisão da Corte. Apesar da superioridade numérica dos manifestantes pró-Bolsonaro, o jornal americano aponta que a força política do ex-presidente não garante absolvição. “A questão é: isso vai importar?”, questiona o texto.
O The Guardian focou em retrospectivas e no papel central de Alexandre de Moraes, presidente do TSE e relator de parte dos processos. O ministro é descrito como figura controversa: exaltado por uns como defensor da democracia, criticado por outros como símbolo de autoritarismo judicial.
Com a retomada do julgamento e o veredito previsto para sexta-feira, o Brasil vive dias que podem redefinir sua história recente. E o mundo está assistindo.