
A tensão no Supremo Tribunal Federal ganhou novo contorno nesta terça-feira (10), com o início do voto do ministro Luiz Fux no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao questionar a competência do STF para julgar o caso, Fux provocou euforia entre os advogados de defesa e espanto entre seus próprios colegas de Corte.
Nos bastidores, a fala do ministro foi recebida como uma possível guinada no processo. Para a equipe jurídica de Bolsonaro, Fux desponta agora como o único voto considerado “independente” dentro da 1ª Turma composta ainda por Flávio Dino, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Carmen Lúcia.
A leitura da defesa é clara: ao afirmar que o Supremo não teria competência para julgar o caso, o ministro abre caminho para uma eventual anulação do processo. A expectativa é que essa posição possa influenciar outros magistrados ou, ao menos, gerar instabilidade suficiente para atrasar a definição do julgamento.
Mas a reação interna no STF foi bem diferente. Entre ministros e assessores, a fala de Fux causou surpresa — e um certo incômodo. Muitos se perguntam por que, então, o mesmo ministro participou da decisão que transformou Bolsonaro e outros sete acusados em réus por tentativa de golpe, ao lado de Alexandre de Moraes e Flávio Dino.