Tecnologia e Consumo
Meta tropeça com óculos inteligentes e reacende alerta sobre privacidade digital
Apresentação desastrosa, falhas técnicas e uso questionável da câmera colocam em xeque aposta da big tech no futuro da computação pessoal

O que era para ser um marco virou meme. Na tentativa de emplacar os óculos Ray-Ban Display como o futuro da computação pessoal, Mark Zuckerberg viu a tecnologia emperrar ao vivo e a confiança do público escorrer pelas lentes.
Com preço salgado (US$ 800) e funcionalidades que ainda não convenceram, o novo gadget da Meta prometia conectar o mundo digital ao rosto dos usuários. Só que na estreia, uma simples videochamada travou. E o show virou piada. Influenciadores, críticos e até o público riram do que era para ser uma revolução.
Mas o problema vai além da performance no palco. A Meta carrega um passado turbulento com dados pessoais, e óculos com câmera só ampliam a desconfiança. Vídeos gravados discretamente, sem autorização, já geraram polêmica nas redes. Em um deles, uma influenciadora descobriu que sua esteticista usava os Ray-Bans durante uma depilação íntima. Em outro caso, o FBI ligou o uso dos óculos a um ataque em Nova Orleans.
Mesmo com melhorias no design e promessa de bateria eficiente, a barreira não é técnica, é moral. Usar um computador no rosto exige mais que tecnologia: exige confiança. E isso, por enquanto, a Meta ainda não conseguiu entregar.