
Em um dos discursos mais diretos da Assembleia Geral da ONU neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a tribuna para reforçar a defesa da regulamentação das redes sociais. E foi além: acusou os que se opõem à proposta de servirem a interesses ligados a crimes como pedofilia, tráfico humano e ataques à democracia.
Logo no início, Lula deixou claro que o debate vai muito além da política. Segundo ele, a forma como as redes operam hoje afeta diretamente a vida das famílias e das crianças.
“A democracia também se mede pela capacidade de proteger os mais vulneráveis”, disse o presidente.
Internet não pode ser “terra sem lei”, afirma Lula
O discurso foi pontuado por críticas duras à forma como as plataformas digitais vêm sendo utilizadas para disseminar ódio e desinformação.
“As redes nos aproximam, sim. Mas também têm sido usadas para espalhar intolerância, misoginia, xenofobia”, alertou.
A fala seguiu com uma defesa enfática da regulação como ferramenta de proteção — não de censura.
“Regular não é restringir a liberdade de expressão. É garantir que o que é crime fora da internet, também seja crime dentro dela.”
Presidente aponta relação entre oposição à regulação e crimes digitais
Em tom mais pesado, Lula foi direto ao apontar interesses por trás da resistência ao projeto. “Quem ataca a regulamentação quer, na verdade, proteger práticas criminosas. São vozes financiadas por fraudes, tráfico de pessoas e abuso infantil”, afirmou, sem citar nomes.
A oposição, por outro lado, acusa o governo de tentar controlar narrativas e silenciar críticas por meio de uma regulação ambígua. Para Lula, esse tipo de crítica apenas reforça a necessidade urgente de um marco legal mais robusto para o ambiente digital.
Sem meias palavras, Lula transformou o palco da ONU em um tribunal contra a impunidade virtual. E deixou um recado claro: quem está contra a regulamentação, está ao lado do crime.