
O ministro Edson Fachin tomou posse nesta segunda-feira como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), dando início a uma gestão que promete ser marcada pela discrição, firmeza técnica e sensibilidade social. A cerimônia aconteceu em Brasília com a presença de autoridades dos três Poderes, mas sem os tradicionais eventos de celebração — por decisão do próprio Fachin, que dispensou recepções custeadas por associações de magistrados.
Transição marcada por respeito à antiguidade
A sucessão seguiu o critério tradicional da Corte: assume a presidência o ministro mais antigo que ainda não exerceu o cargo. Fachin, que ocupava a vice-presidência, assume agora o comando, e o ministro Alexandre de Moraes será seu vice. O novo presidente destacou, nos bastidores, que pretende manter uma postura institucional, evitando polêmicas e concentrando esforços em temas de grande impacto nacional.
“Uberização” é o primeiro grande teste da nova gestão
Logo nos primeiros dias, Fachin já terá pela frente um dos temas mais sensíveis em tramitação no STF: o julgamento sobre a existência ou não de vínculo empregatício entre motoristas e entregadores de aplicativos e as plataformas digitais. A discussão envolve diretamente milhões de trabalhadores em todo o país e pode definir os rumos das relações de trabalho no contexto da economia digital.
Indicado ao Supremo em 2015, durante o governo Dilma Rousseff, Edson Fachin ganhou visibilidade como relator da Operação Lava Jato no STF e em processos que envolvem direitos indígenas e segurança pública. Sua atuação sempre buscou equilibrar o rigor jurídico com a atenção às transformações sociais e institucionais do país.
Expectativa por uma gestão mais técnica e menos midiática
Nos corredores do STF, a leitura é de que Fachin pretende conduzir sua presidência com discrição e foco nos autos, longe das disputas políticas e do protagonismo exagerado. Ainda assim, a Corte segue no centro das atenções, especialmente diante de temas com forte repercussão social. A presença de Alexandre de Moraes como vice também aponta para uma composição de forças que alia firmeza institucional e experiência em decisões complexas.
A presidência de Fachin começa sob expectativa de equilíbrio, sobriedade e compromisso com as pautas que realmente tocam a vida do cidadão.