Alerta Urgente
Metanol em bebidas: casos de cegueira e danos cerebrais chocam São Paulo
Jovens foram intoxicados após consumir destilados adulterados em bares; governo pede rigor no controle de bebidas alcoólicas

Pelo menos nove jovens deram entrada em hospitais de São Paulo com sintomas gravíssimos nas últimas semanas: perda de visão, rebaixamento de consciência, confusão mental. O motivo? Algo que parece roteiro de filme de terror: bebidas alcoólicas contaminadas com metanol, substância altamente tóxica usada em produtos industriais como anticongelante e limpador de para-brisa.
Mas o que choca mesmo é que, dessa vez, os casos aconteceram em bares comuns, com bebidas como gin, vodca e uísque. Nada de fabricação caseira ou situações de rua. O alerta foi disparado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) após uma série de notificações “fora do padrão” em São Paulo.
Risco invisível: aparência de bebida comum, efeito devastador
O metanol é traiçoeiro. Tem o mesmo aspecto e gosto do álcool comum, o etanol. No início, a pessoa sente apenas os efeitos típicos de uma bebedeira — mas horas depois, o corpo começa a transformar o metanol em substâncias tóxicas, como formiato e formaldeído, que atacam o cérebro e os nervos. O resultado pode ser cegueira permanente, coma e até morte.
A Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) estima que só neste ano mais de 160 mil produtos falsificados já foram apreendidos. E esse número deve crescer.
Sinais de alerta e cuidados imediatos
O Ministério da Justiça reforçou a recomendação a bares e distribuidoras: compra segura, checagem do lacre, rótulo sem erros e desconfiança de preços baixos demais. Também orienta que qualquer cliente com náuseas, visão turva, dor de cabeça forte ou confusão mental deve ser levado com urgência ao hospital. E o Disque-Intoxicação (0800 722 6001) está disponível 24h.
Não dá mais pra brincar com o que se bebe. E o mais trágico é que, em muitos casos, bastava uma verificação simples pra evitar que um drinque virasse sentença.