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Imposto Polêmico

Netflix culpa tributo brasileiro por queda no lucro e critica “custo de fazer negócios no país”

FO da companhia afirma que disputa tributária com o governo brasileiro reduziu ganhos em mais de meio bilhão de dólares no terceiro trimestre

Disputa tributária pesa no balanço da gigante do streaming

A Netflix voltou a colocar o Brasil no centro de uma polêmica global. Em reunião virtual com investidores nesta terça-feira (21), o diretor financeiro da companhia, Spencer Neumann, atribuiu parte da queda do lucro no terceiro trimestre de 2025 ao que chamou de “custo de fazer negócios no Brasil”.

A empresa lucrou US$ 2,5 bilhões entre julho e setembro — valor expressivo, mas abaixo das expectativas de Wall Street, que projetava US$ 3 bilhões. O motivo? Uma disputa tributária com o governo brasileiro que pode custar à gigante do streaming cerca de R$ 3,4 bilhões.

Entenda o imposto que provocou o impasse

No centro da discussão está a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, conhecida como Cide-Tecnologia, um tributo criado em 2000 e que incide sobre pagamentos de empresas brasileiras a companhias estrangeiras por serviços ligados a tecnologia.

Até pouco tempo, a cobrança se limitava a contratos que envolviam transferência de tecnologia. No entanto, uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal ampliou o escopo da taxa, que agora atinge até serviços sem essa característica — o que pegou em cheio empresas multinacionais, como a Netflix.

“Uma jabuticaba brasileira”, diz executivo

Durante a apresentação, Spencer Neumann foi direto: “Essa questão tributária brasileira é complicada. Não se trata de imposto de renda, é o custo de fazer negócios no Brasil”, afirmou.

Ele destacou que a Cide não é exclusiva do setor de streaming e deve impactar várias empresas que operam no país.

O executivo ainda lamentou o que chamou de “jabuticaba brasileira”, expressão usada para descrever algo que só existe aqui.

“Nenhum outro imposto se parece ou se comporta assim em qualquer outro país importante em que operamos”, disse.

Com a decisão do STF, a Netflix passou a considerar como perda provável a disputa fiscal — um peso bilionário que promete movimentar não só o setor de tecnologia, mas todo o debate sobre o ambiente de negócios no Brasil.

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  • Redação Citizen

    Redação do Portal Citizen

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