Sete em cada dez praias brasileiras estão contaminadas por microplásticos. O dado vem de um estudo inédito conduzido a partir de Goiás, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeg). Publicado na revista internacional Environmental Research, o levantamento analisou 1.024 praias em todo o litoral e encontrou resíduos plásticos microscópicos em 709 delas.

O trabalho faz parte do Projeto MicroMar, coordenado pelo Instituto Federal Goiano (IF Goiano – Campus Urutaí), e reúne mais de 100 pesquisadores de universidades e centros de pesquisa de todo o país. Mesmo sem litoral, Goiás se destacou ao liderar a maior investigação sobre contaminação marinha já feita no Brasil.

Segundo o pesquisador Thiarlen Marinho da Luz, doutorando e bolsista da Fapeg, o apoio da fundação foi essencial para o avanço da pesquisa.

“Esse investimento mostra que Goiás acredita no potencial da nova geração de cientistas e na importância de enfrentar desafios ambientais globais”, destacou.

Os dados do MicroMar revelam que a poluição por microplásticos é ampla, persistente e atinge tanto praias urbanas quanto áreas de conservação. As partículas vêm de embalagens, tecidos sintéticos, produtos domésticos e materiais de pesca — resíduos do nosso cotidiano que acabam no oceano.

O coordenador do projeto, professor Guilherme Malafaia, ressalta que o estudo abre caminho para políticas públicas mais eficazes.

“O MicroMar fortalece a base científica para estratégias que vão da fonte ao mar, conectando ciência, governo e sociedade”, afirmou.

A pesquisa coloca Goiás como referência nacional em ciência ambiental e reforça o papel da Fapeg na construção de soluções reais para um dos maiores desafios do século: conter a poluição plástica nos oceanos.