Alerta Global
EUA e Rússia reacendem temor mundial com nova era de testes nucleares
Anúncio de Donald Trump sobre retomada de detonações atômicas rompe pausa de três décadas e provoca resposta imediata de Moscou e Pequim
O mundo volta a sentir o frio na espinha que marcou os anos da Guerra Fria. O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a retomada dos testes nucleares americanos, interrompidos há 33 anos, acendeu um alerta global. A justificativa de Trump é simples e perigosa: “outros países estão testando, e nós faremos o mesmo”.
A reação internacional foi imediata. A China expressou preocupação e pediu “moderação”, enquanto a Rússia respondeu em tom desafiador, prometendo realizar seus próprios testes caso Washington avance com o plano. O professor Gunther Rudzit, especialista em Relações Internacionais da ESPM, chamou o momento de “terceira era nuclear”, marcada pelo fim dos tratados que antes limitavam o uso dessas armas devastadoras.
Atualmente, Rússia e Estados Unidos concentram mais de 90% do arsenal nuclear do planeta. Moscou, por exemplo, possui mais de cinco mil ogivas, e vem demonstrando força com testes recentes dos mísseis Burevetsnik e torpedos Poseidon. Já a China, ainda com um estoque menor — cerca de 500 ogivas —, expande seu poderio atômico em ritmo acelerado.
O analista Lourival Sant’Anna avalia que a decisão de Trump é “totalmente desproporcional” e pode desencadear uma nova corrida armamentista, justamente em um momento de crescente instabilidade global. Desde 1996, apenas Índia, Paquistão e Coreia do Norte haviam realizado testes nucleares. Agora, com a volta dos EUA a esse jogo perigoso, o equilíbrio internacional volta a balançar — e o mundo, mais uma vez, prende a respiração diante da ameaça atômica.



