O conselho de administração da Warner Bros Discovery decidiu rejeitar a oferta hostil de US$ 108,4 bilhões apresentada pela Paramount Skydance. A decisão foi comunicada aos acionistas por meio de documento regulatório, no qual a diretoria avalia que a proposta não oferece garantias financeiras suficientes e envolve riscos considerados elevados.

Na carta, o conselho afirma que a Paramount apresentou de forma recorrente informações que não se confirmaram, especialmente sobre a suposta garantia integral da oferta em dinheiro de US$ 30 por ação. Segundo a Warner Bros Discovery, o respaldo financeiro atribuído à família Ellison não se sustenta nos termos apresentados, o que fragiliza a operação.

A diretoria também comparou a proposta da Paramount com o acordo de fusão já firmado com a Netflix, classificado como superior. O negócio com a gigante do streaming, avaliado em US$ 27,75 por ação, envolve os estúdios de cinema e televisão da Warner, o acervo da companhia e o serviço HBO Max. De acordo com o conselho, trata-se de um acordo vinculativo, sem necessidade de captação adicional de capital e com compromissos de dívida considerados sólidos.

Na semana anterior, a Paramount havia levado sua proposta diretamente aos acionistas, alegando contar com financiamento robusto, incluindo novos aportes de capital e compromissos de grandes instituições financeiras. Ainda assim, o conselho da Warner Bros contestou a estrutura apresentada, destacando que parte do capital estaria vinculada a um truste privado, sem transparência pública sobre ativos e passivos.

A Paramount apresentou, ao todo, seis propostas para adquirir integralmente a Warner Bros Discovery, incluindo ativos como redes de televisão e canais esportivos. A decisão do conselho, porém, sinaliza a manutenção da estratégia atual e reforça o compromisso com o acordo já em andamento.