Ataque Cibernético
Aeroflot cancela mais de 50 vôos após ataque cibernético de grupo pró-Ucrânia
Passageiros enfrentam atrasos e falta de informações; governo russo abre investigação sobre incidente digital

A segunda-feira (28) começou complicada para quem dependia da Aeroflot para viajar dentro ou fora da Rússia. Mais de 50 vôos foram cancelados após um ataque cibernético atribuído a um grupo hacker pró-Ucrânia, chamado Silent Crow, que teria agido em parceria com o coletivo bielorrusso Cyberpartisans BY. O caos tomou conta do aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, onde os painéis de embarque ficaram com as informações em vermelho, deixando claro que a situação não era nada boa, especialmente para quem planejava férias.
O que dizem os hackers e o impacto no sistema da Aeroflot
A declaração do Silent Crow deixou claro que o ataque não foi coisa rápida: uma operação que durou um ano, invadindo redes internas, destruindo cerca de 7 mil servidores e até controlando computadores pessoais de gerentes da companhia. A ameaça até inclui a divulgação dos dados pessoais de passageiros russos que já voaram com a Aeroflot — uma bomba para a segurança e privacidade de muita gente.
Mesmo sem provas concretas apresentadas, o impacto foi imediato: falha nos sistemas, vôos atrasados, e uma confusão geral entre a equipe e os passageiros. A empresa informou que técnicos já estão trabalhando para minimizar os danos e restabelecer os serviços, mas não deu prazo para que tudo volte ao normal.
Passageiros revoltados: falta de atendimento e incerteza dominam aeroportos
Para quem estava no meio dessa tempestade, a situação foi ainda mais cruel. Sem respostas claras, usuários da rede social VK manifestaram indignação. Malena Ashi, por exemplo, passou horas presa no aeroporto de Volgogrado com seu vôo remarcado três vezes — sem nenhuma informação concreta sobre o que esperar. Yulia Pakhota também desabafou: “O call center não funciona, o site não abre, o aplicativo está fora do ar. Como vou trocar ou devolver minha passagem?”.
A Aeroflot prometeu que os passageiros poderão remarcar ou pedir reembolso em até 10 dias, mas o transtorno para quem precisava embarcar hoje é inegável.
Kremlin reage com preocupação e investiga o caso
Do lado do governo russo, a reação foi rápida: o caso é tratado como preocupante, e as autoridades abriram uma investigação criminal. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, alertou que ataques cibernéticos representam uma ameaça constante para grandes empresas que prestam serviços essenciais à população.
Apesar das críticas e da investigação, as informações oficiais continuam poucas, e o Ministério dos Transportes, a Aeroflot e a agência reguladora da aviação não deram detalhes sobre a dimensão real do problema.
Aeroflot segue gigante, mas mostra vulnerabilidade digital
Mesmo com todas as sanções e limitações impostas ao país desde o início da guerra na Ucrânia, a Aeroflot mantém seu lugar entre as 20 maiores companhias aéreas do mundo, tendo transportado mais de 55 milhões de passageiros no último ano. Porém, esse ataque mostra que o maior desafio hoje não está só no céu, mas também no mundo digital.
Essa invasão cibernética levanta um alerta importante para todos nós: a segurança das empresas, mesmo das mais robustas, está vulnerável em um cenário cada vez mais conectado e tenso. E quem paga o preço? O passageiro, que fica na espera, no aperto e, muitas vezes, sem nenhuma resposta.
- Com informações da CNN Brasil