
A tragédia que tirou a vida do pequeno João Victor Oliveira Gontijo, de apenas 10 anos, na última sexta (19), escancarou um problema que há tempos incomoda moradores de Anápolis: a bagunça nos postes da cidade. Diante da comoção e da pressão pública, o prefeito Márcio Corrêa decretou nesta terça (23) situação de emergência no município para enfrentar de forma imediata a desordem dos fios.
O menino morreu após tocar num cabo possivelmente energizado, que estava pendurado num poste próximo a um Centro Municipal de Educação Infantil. Desde então, o clima é de revolta, dor e cobrança. Durante coletiva, Corrêa anunciou uma força-tarefa com a equipe de iluminação pública, priorizando áreas perto de escolas.
O Decreto nº 52.238, publicado no Diário Oficial, permite ação imediata da prefeitura, por meio da Secretaria de Obras, para identificar e remover fios sem uso ou sem identificação — muitos de telefonia ou dados, deixados ao léu pelas operadoras.
A medida vale por 90 dias e pode ser prorrogada. A Câmara Municipal também se mobilizou, criando a Frente Parlamentar de Fiscalização de Fiação Limpa e Segura. A ideia é discutir e aperfeiçoar leis que garantam segurança nos postes — algo que, infelizmente, só virou urgência após uma perda irreparável.
A morte de João Victor não pode ser em vão. O que era invisível, agora salta aos olhos. E exige respostas rápidas, firmes e humanas.