
A sensação de frustração com o governo federal está mais evidente do que nunca. De acordo com dados divulgados pela CNN Brasil, a mais recente pesquisa Genial/Quaest mostra que 57% dos brasileiros desaprovam o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse número expressivo deixa claro que a insatisfação com a condução do país não é passageira — e pode até estar se cristalizando.
A rejeição cresceu?
Se a gente olhar os dados friamente, a desaprovação cresceu só um ponto percentual desde março (quando estava em 56%). Já a aprovação caiu levemente, de 41% para 40%. Pode parecer uma variação pequena, mas é simbólica. Mostra que o governo não está conseguindo virar o jogo — e pior, está começando a perder apoio aos poucos.
A pesquisa foi feita de forma presencial com 2.004 pessoas entre os dias 29 de maio e 1º de junho, com margem de erro de dois pontos percentuais. Ou seja, mesmo com as variações, o cenário é claro: a maioria dos brasileiros hoje está descontente com o governo Lula.
Por que tanta gente está insatisfeita?
Olhando para o que se ouve nas ruas — e também nas redes — é fácil perceber por que essa desaprovação está tão alta. O custo de vida continua apertando. Os preços dos alimentos, da gasolina e até do aluguel parecem não dar trégua. O discurso de que “vai melhorar” já não convence como antes. Muita gente sente que votou esperando uma guinada, mas o que veio foi mais do mesmo.
Além disso, há quem critique a maneira como o governo vem lidando com o Congresso e com temas sensíveis. A paciência do eleitor parece estar encurtando. Quem vive na pele os problemas cotidianos cobra ação — e rápido.
Lula ainda tem tempo para reagir?
Tem, mas o tempo não é infinito. Essa é uma daquelas fases críticas em que o presidente e sua equipe precisam se conectar com o povo de novo — não com discursos rebuscados ou promessas vagas, mas com atitudes que mostrem resultado no dia a dia. Precisa fazer com que o povo sinta, de verdade, que o governo está do seu lado.
Por enquanto, isso não está acontecendo. E a pesquisa mostra isso de forma clara.
O que os dados nos dizem sobre o futuro?
Se o governo continuar nesse ritmo, com a aprovação em queda e a rejeição batendo na casa dos 60%, o cenário pode se complicar não só na popularidade, mas também na governabilidade. Com um Congresso cada vez mais exigente e oposição afiada, Lula pode ter dificuldades para aprovar pautas importantes.
E tem mais: essa imagem negativa pode respingar em aliados e influenciar diretamente nas eleições municipais deste ano. Prefeitos e candidatos a vereadores que se alinham ao governo podem acabar carregando esse desgaste nas urnas.
A pesquisa da Quaest não é apenas um termômetro momentâneo — é um alerta. A base que antes parecia sólida começa a dar sinais de desgaste. A expectativa que muitos tinham em 2022 começa a dar lugar à decepção. Se o governo quiser mudar essa narrativa, o momento de agir é agora.
E, pelo que tudo indica, o povo já deixou claro: a paciência está no limite.