Opinião
Ataque aos apadrinhamentos norteiam a reta final do 1º turno em Anápolis
Diferentes nomes disputam diferentes lados do polarismo político
Estas eleições municipais surgem com rostos e nomes variando as disputas entre a melhor escolha da direita conservadora, por outro a esquerda. A análise da perspectiva dos apadrinhamentos ou das referências diretas de outros políticos que não os próprios candidatos têm marcado insistentemente os debates realizados desde o período das pré-candidaturas, persistindo até o momento.
Domingos de Paula
A partir da presidência da Câmara, Domingos de Paula apresentou uma performance de diálogo desde o momento em que se tornaram proeminentes os nomes dos pré-candidatos à Prefeito, em maio deste ano. Com isso, demonstrou publicamente o contato com as diversas frentes que agora formam as coligações. Atualmente Ele segue sua candidatura à reeleição no Legislativo pelo PDT e para o Executivo entra no apoio à candidata Eerizânia Freitas (UB). No último debate, Hélio Lopes (PSDB) questionou José de Lima sobre a ida ao PMB como indicação através de Domingos. Lima além de negar, reiterou que o motivo maior foi sua vitória na Justiça Eleitoral frente aos pedidos de impugnação de sua candidatura.
Roberto Naves
O atual prefeito Roberto Naves é o alvo dos quatro candidatos ao Executivo que se opõe à prefeitável Eerizânia Freitas (UB). As comparações e críticas direcionadas à atual gestão são tomadas para si pela própria candidata, que rebate ou contra ataca. Nesta campanha não cita tanto Roberto da mesma quantidade de vezes que o nome do governador Ronaldo Caiado (UB), até em seus jingles.
Ronaldo Caiado
Caminha de objetivamente ao seu intuito da pré-candidatura à presidência da República em 2026, como declarou na imprensa desde agosto deste ano, em sua busca por espaço em diferentes partes do Brasil. Se posiciona em oposição à Lula, ou a candidaturas à esquerda, porém se colocando como um nome a parte, paralelamente àqueles que defendem um nome a ser credenciado por Jair Bolsonaro. Em Goiás, Bolsonaro tem apoiado presencialmente carreatas de candidatos que concorrem com os de Caiado. Em Anápolis, Márcio Correia (PL) faz críticas ao governo estadual, já Antônio Gomide (PT) que na Assembléia Legislativa é oposição à Caiado não tem feito ataques tão veementes ao Governador.
Jair Bolsonaro
O percentual de 70,59% de votos alcançados de Bolsonaro em Anápolis, tem sido um índice norteador que atribui à quatro candidatos (Eerizânia, Hélio, Márcio e José de Lima) um rumo ao que o eleitorado anapolino pode votar nestas eleições municipais. Com as duas vindas do próprio Jair Bolsonaro à Anápolis, na campanha de Márcio Correia, a estratégia dos adversários na corrida pela cadeira do executivo municipal tem sido deslegitimar essa associação Márcio-Bolsonaro, trazendo a dúvida ao eleitorado mais fiel ao ex-presidente.
Presidente Lula
Na contrabalança da votação de 2022 à cadeira presidencial, está o então candidato e atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na última eleição em Anápolis, Lula alcançou 29,41% dos votos. O ataque uníssono dos adversários do prefeitável Antônio Gomide (PT) é à desvinculação da imagem de sua campanha que assume tons de azul e branco, ao invés do vermelho característico da bandeira do Partido dos Trabalhadores. Assim, criando uma suposta camuflagem diante o eleitorado. A tangente de Gomide se dá na desconsideração da polarização política, compreendendo ela uma fuga dos problemas da Cidade. Para ele, o partidarismo ideológico ganha força a nível nacional, o que se difere da realidade das eleições municipais.
Os debates nos pleitos municipais deste ano, não somente em Anápolis, trazem uma nuvem de poeira temporária para nomes que se afunilarão em somente dois polos novamente.
Ficaram às redes sociais e à propaganda eleitoral apresentar os programa de governo com as soluções que cada candidato propõe aos problemas da Cidade. A tradição democrática dos debates eleitorais recebe dos candidatos a prefeito soluções à Cidade colocadas em segundo ou terceiro plano, imperando nomes, padrinhos ou cabos eleitorais de peso.
Enquanto isso, Anápolis e outras cidades contam com sistemas cada vez mais complexos e interdependentes seja na infraestrutura, saúde, educação, cultura, meio ambiente entre outros. Em resumo, atualmente ao mudar uma “coisa” altera a outra e na maioria das vezes com consequências caóticas. Há de se esperar quando as idéias chegarão e de que forma serão colocadas em prática para resolver os problemas da população. É claro, depois de solucionado o resultado eleitoral.
Estas foi uma análise baseada no debate no último domingo (29), realizado pelo Portal 6, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) e o Fórum Empresarial, com produção do estúdio Sigma e Fusão Publicidade e Propaganda.