
A poucos dias da retomada do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, apoiadores do ex-presidente se preparam para um novo ato público neste 7 de Setembro. Com o lema “Reaja Brasil: o medo acabou”, a mobilização busca reforçar a campanha pela anistia aos réus do 8 de Janeiro e agora mira incluir o próprio Bolsonaro no texto que tramita no Congresso.
A concentração será nacional, com atos pela manhã em diversas capitais, mas o foco se volta à Avenida Paulista, onde lideranças políticas da base bolsonarista prometem presença — diferente da última edição, marcada por ausências no alto escalão.
Desta vez, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou presença e deverá discursar ao lado de outros aliados, como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. Tarcísio esteve em Brasília durante a semana para articular o avanço da anistia no Congresso.
Michelle Bolsonaro também deve subir no trio elétrico. Já o ex-presidente segue em prisão domiciliar e ficará novamente de fora dos atos. Seu entorno, no entanto, demonstra preocupação com a adesão do público: no último ato, foram cerca de 37 mil apoiadores, segundo monitoramento da USP e Cebrap.
O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores, reforça que o ato defenderá anistia ampla e critica o julgamento em curso no STF: “um teatro que já está condenando o Bolsonaro”, disse.
Ele próprio é investigado por suposta tentativa de coação ao Supremo, ao lado de Eduardo Bolsonaro.
Parlamentares como Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer, Flávio Bolsonaro e Marco Feliciano estarão espalhados em diferentes cidades pela manhã, mas devem se juntar à manifestação na capital paulista à tarde.
Enquanto isso, movimentos de esquerda organizam ato paralelo na Praça da República, com participação de Guilherme Boulos (PSOL). A PM já confirmou operação especial para evitar confrontos.
O julgamento no STF terá retomada em 9 de setembro e deve se estender até o dia 12. O clima é de tensão e o ato deste domingo pode se tornar um termômetro político decisivo.