O alerta veio direto de Detroit. Jim Farley, CEO da Ford, não poupou palavras ao falar sobre o avanço das montadoras chinesas no mercado global. Para ele, as marcas do Oriente estão prestes a ultrapassar — e talvez engolir — as tradicionais fabricantes ocidentais.

“A China já tem capacidade industrial para abastecer todo o mercado norte-americano e nos tirar do jogo”, afirmou o executivo em entrevista ao Business Insider.

A comparação com o Japão dos anos 1980 é inevitável, mas Farley garante que a história agora é bem diferente.

“É o mesmo fenômeno, mas em escala muito mais ampla”, pontuou.

O Japão nunca teve o poder produtivo que a China exibe hoje — e o impacto, segundo ele, pode ser devastador para marcas históricas como Ford, GM e Stellantis.

Farley chegou a testar pessoalmente um Xiaomi SU7, um dos modelos elétricos chineses que vêm chamando atenção pelo design e pela integração tecnológica. Ele ficou impressionado com o nível de conectividade: “O carro reconhece o motorista e integra toda a vida digital dele. É outro patamar”.

O avanço chinês não se limita aos veículos elétricos. Envolve também domínio tecnológico, custos menores e velocidade na inovação. Por enquanto, as barreiras comerciais ainda impedem a entrada desses modelos nos Estados Unidos, mas o CEO acredita que isso é apenas uma questão de tempo.

“Estamos numa corrida global. Se perdermos essa batalha, a Ford não terá futuro”, disse Farley.

O alerta soa como um pedido de reação — e um lembrete de que o futuro da indústria automotiva pode estar sendo decidido bem longe de Detroit.