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Defesa e Indústria

Comdefesa Goiás relembra o 1º Seminário da Indústria de Defesa e Segurança e celebra avanços

Avanços incluem incentivos fiscais, integração universidade-indústria e atração de investimentos

Quando, em agosto de 2018, Anápolis virou o palco do 1º Seminário da Indústria de Defesa e Segurança de Goiás, ainda era cedo para perceber o impacto duradouro que aquilo ia provocar. Hoje é possível enxergar claramente que aquele encontro foi o gatilho para colocar Goiás numa rota de protagonismo nacional no setor de defesa, com reflexos econômicos, tecnológicos e estratégicos concretos.

O evento reuniu cerca de 800 pessoas no Centro de Convenções de Anápolis, participaram autoridades do Ministério da Defesa, das Forças Armadas, comunidade acadêmica, empresários, embaixadores e adidos militares. Foi uma demonstração de força e articulação, com falas impactantes de lideranças como a do tenente-coronel da Aeronáutica na reserva Marcos Pontes — que mais tarde seria ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações. Ele levou para o público a experiência de quem já tinha passado pelo espaço e dedicava sua trajetória à defesa da ciência, inovação e soberania nacional.

Na sua fala, o palestrante destacou a importância de construir um ecossistema de defesa forte, capaz de integrar governo, universidades e iniciativa privada. Um dos trechos mais lembrados foi quando ele disse:

“Um país que não investe em ciência e tecnologia depende sempre de outros. A verdadeira independência se conquista com conhecimento, inovação e capacidade industrial.”

Pontes ainda fez questão de reforçar a ideia de que o setor aeroespacial e de defesa não deve ser visto como gasto, mas como investimento em soberania:

“Cada real aplicado em defesa retorna multiplicado em empregos, inovação e posicionamento estratégico do Brasil no mundo.”

Astronauta Marcos Pontes ministrou palestra e atendeu imprensa.

Anápolis no centro

À frente da articulação estava o Comdefesa Goiás, capteneado pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) e liderado por Anastácios Apostolos Dagios, então presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia). A iniciativa consolidou-se como elo entre empresas, poder público e instituições de ensino. Segundo ele, que ainda preside o Comitê, era necessário um olhar estratégico na fundação do pólo e muitos resultados concretos já podem ser visualizados, como:

  • Incentivos fiscais competitivos – redução do ICMS para 4% em artigos de defesa, como pneus, tratores e peças.
  • Integração universidade-indústria – protocolos entre universidades e a FIEG, fomentando cursos de pós-graduação e extensão em áreas de engenharia e tecnologia.
  • Tríplice Hélice em ação – articulação entre Forças Armadas, indústria e academia, resultando em inovação e qualificação de profissionais.
  • Empresas goianas credenciadas como fornecedoras do Ministério da Defesa.
  • Investimentos no Polo Industrial de Anápolis, alavancados pela logística privilegiada da região.
  • Pesquisas e inovação com apoio institucional, fortalecendo a sustentabilidade do setor.
  • Rodadas de negócios e prospecção internacional, abrindo portas para inserção global.

Segundo Anastacios, que ainda preside o Comitê, o caminho exige vigilância constante:

“nosso papel é oferecer um olhar estratégico e apresentar elementos de crescimento. Mas avanços mais expressivos dependem de decisões políticas que garantam continuidade às ações já iniciadas”, afirma.

Ele também alerta, que as potencialidades de Anápolis ainda são pouco exploradas e que os avanços poderiam ser ainda mais significativos.

Entre as principais características de Anápolis estão:

  • Localização estratégica – centro geográfico do Brasil, a 150 km de Brasília, com posição privilegiada para integração nacional e com o Mercosul.
  • Base Aérea de Anápolis – uma das mais importantes do país, sede dos caças Gripen F-39 da FAB.
  • Economia diversificada – polos farmacêutico, automotivo, agroindustrial e crescente presença de empresas ligadas à defesa.
  • Hub logístico nacional – entroncamento rodoviário e ferroviário, aeroporto de cargas e porto seco.
  • Ambiente favorável à inovação – incentivos fiscais, parcerias entre universidades, governo e setor produtivo, fortalecendo a tríplice hélice em defesa e tecnologia.

Do alfinete ao Foguete 

Olhar para o setor de defesa vai além da segurança. Ele se tornou um eixo de desenvolvimento econômico, gerador de empregos, tecnologia e oportunidades de colaboração com universidades, instituições públicas e o setor privado.

“O nosso lema é do alfinete ao foguete”, pra dizer claramente que esse setor não consome apenas armas, ali está o pão do café da manhã dos profissionais da área, roupas, calçados, dentre outros. Por isso o Comdefesa Goiás segue articulando empresas, academia e Forças Armadas para ampliar ainda mais o protagonismo do estado”, afirmou Dagios.

Mais de 800 pessoas lotaram o Centro de Convenções de Anápolis.
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  • Leidiana Batista

    é jornalista formada pela UFG, com mais de 10 anos de experiência em comunicação. Foi editora na TV Anhanguera (Globo), atuou em Rádio, Assessorias de Comunicação e Marketing (Porto Seco Centro Oeste e ACIA). É especialista em comunicação empresarial, também gerente de projetos na Orman D&B, editora do Portal Citizen e assessora de comunicação e marketing.

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