Alerta Cósmico
Cometa 3I/ATLAS surpreende cientistas e reacende debate sobre defesa planetária
Descoberto em julho, corpo celeste tem composição inédita e pode ser mais antigo que o Sistema Solar, Nasa nega qualquer risco de colisão
O espaço voltou a ser notícia com o comportamento inesperado do cometa 3I/ATLAS, descoberto em julho pelo telescópio ATLAS, no Chile. Cientistas identificaram nele uma composição química jamais vista: uma concentração altíssima de dióxido de carbono, cerca de oito vezes superior à de água — um dado que deixou astrônomos do mundo inteiro intrigados.
Esse corpo celeste, o terceiro cometa interestelar já confirmado em passagem pelo Sistema Solar, segue uma trajetória hiperbólica, o que indica origem fora da nossa vizinhança cósmica. Ele deve alcançar seu ponto mais próximo do Sol, o periélio, em 29 de outubro de 2025. Modelos sugerem que o 3I/ATLAS pode ter mais de 7 bilhões de anos, o que o tornaria mais antigo que o próprio Sol.
Nas últimas semanas, a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) pediu uma cooperação global entre observatórios para aprimorar as medições da órbita do cometa. O comunicado, porém, foi interpretado erroneamente por parte da imprensa internacional, que chegou a afirmar que a Nasa havia acionado um “protocolo de defesa planetária”.
Astrônomos brasileiros trataram logo de desmentir os rumores. Hélio Jaques, ex-presidente da Sociedade Astronômica Brasileira, explicou que não existe risco algum de impacto e que o treinamento promovido pela IAWN é apenas técnico. O cometa, segundo ele, permanecerá a cerca de 270 milhões de quilômetros da Terra.
A Nasa confirmou a informação, reforçando que o 3I/ATLAS não representa ameaça. Mesmo assim, o interesse científico é enorme. Afinal, não é todo dia que um visitante tão antigo e misterioso atravessa o nosso quintal cósmico, trazendo pistas sobre a origem do universo e lembrando o quanto ainda temos a descobrir lá fora.



