A crise do metanol completou um mês e o cenário segue preocupante. Desde o primeiro alerta, em 26 de setembro, quando nove casos de suspeita de intoxicação foram divulgados, o número subiu para 58 confirmações e 15 mortes. A maioria das vítimas está em São Paulo, mas há registros também no Paraná e em Pernambuco.
A origem provável da contaminação foi rastreada até bebidas alcoólicas falsificadas, produzidas com álcool combustível adulterado. Essa combinação letal espalhou medo entre consumidores e mobilizou uma verdadeira força-tarefa nacional. Hospitais de referência foram preparados, o ritmo de testagens aumentou e as vigilâncias sanitárias intensificaram operações em bares, distribuidoras e postos de combustíveis.
Em São Paulo, uma operação da Polícia Civil identificou os postos que venderam o combustível com metanol usado na adulteração. Paralelamente, universidades e centros de pesquisa se uniram para oferecer soluções rápidas. Um exemplo vem da Universidade Federal de Pernambuco, onde cientistas criaram um “nariz eletrônico” capaz de detectar traços de metanol com apenas uma gota da bebida.
O governo federal também reforçou o combate com a criação de um comitê interinstitucional e o envio de antídotos aos hospitais. Já o Legislativo promete endurecer a lei: a Câmara dos Deputados deve votar o projeto que torna crime hediondo a adulteração de alimentos e bebidas.
Mesmo com avanços, as investigações continuam e o alerta segue aceso. A tragédia expôs uma rede criminosa complexa e mostrou o quanto a negligência pode custar vidas — lembrando que, quando o assunto é o que chega ao copo, todo cuidado é pouco.



