Bomba-relógio
Ex-secretário dos EUA alerta: China pode paralisar indústria americana com controle das terras raras
Wilbur Ross afirma que Pequim já usa minerais estratégicos como arma geoeconômica

O alerta veio direto e sem rodeios: “Terras raras são uma arma muito útil para a China”. A frase é de Wilbur Ross, ex-secretário de Comércio dos EUA, que vem soando o alarme sobre o domínio chinês na cadeia global de minerais essenciais para a tecnologia moderna — e o risco concreto de paralisações nas fábricas americanas.
Segundo Ross, a China não precisa nem cortar oficialmente o fornecimento. Bastam exigências burocráticas, como licenças de exportação lentas e seletivas, para afetar toda a cadeia. Com 90% da capacidade global de refino nas mãos chinesas, o país controla os bastidores de indústrias inteiras, de carros elétricos a caças militares.
A situação, segundo ele, já impacta diretamente a produção americana. Montadoras como a Ford admitem o risco de fechar linhas de montagem se a pressão seguir. E o problema não para nos carros: turbinas eólicas, mísseis, chips e até os aviões F-35 dependem desses 17 elementos minerais pouco falados, mas críticos.
Ross não acredita que a China esteja interessada em negociar. Para ele, Pequim já percebeu o poder geopolítico do domínio sobre os minerais e não vê motivo para ceder.
A construção de plantas nos EUA e na Europa está em andamento, mas, como alertou o ex-secretário, “há um desencontro de tempo”. A China age agora. E os EUA, por enquanto, reagem tarde.