MundoNotícias

Natureza Brutal

Furacão Melissa ameaça metade da Jamaica e é classificado como o mais destrutivo do século

Ventos acima de 300 km/h, chuvas torrenciais e marés de quatro metros colocam 1,5 milhão de pessoas em risco, alerta a Organização Meteorológica Mundial

Jamaica sob o impacto do furacão mais forte do século

O céu da Jamaica escureceu antes mesmo da tempestade chegar. Ventos ensurdecedores, chuva incessante e a sensação de que algo maior que o próprio medo se aproxima. Assim começou a terça-feira (28), marcada pela passagem do Furacão Melissa, apontado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) como o mais destrutivo a atingir o país neste século.

As rajadas ultrapassam 300 km/h, e o alerta é de condições catastróficas. “É a tempestade do século”, afirmou Anne-Claire Fontan, especialista em ciclones tropicais da OMM, durante uma coletiva em Genebra. Segundo ela, a força do Melissa deve provocar marés de até quatro metros e uma precipitação que pode passar dos 70 centímetros, o dobro do esperado para toda a estação chuvosa

“Isso significa inundações repentinas e deslizamentos de terra catastróficos”, explicou Fontan, em tom grave.

1,5 milhão de jamaicanos estão em risco direto

A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) estima que 1,5 milhão de pessoas, mais da metade da população da Jamaica, serão diretamente afetadas. Para tentar conter a tragédia, mais de 800 abrigos foram abertos em todo o território.

“Hoje será um dia muito difícil para dezenas de milhares, senão milhões de pessoas na Jamaica”, disse Necephor Mghendi, representante da FICV, por videoconferência de Port of Spain.

Ele descreveu o cenário de forma contundente:

“Os telhados serão testados, as águas das enchentes subirão, o isolamento se tornará uma dura realidade para muitos. ”

A Cruz Vermelha tem priorizado a retirada de moradores das áreas mais vulneráveis, numa corrida contra o tempo. “A principal prioridade era tirar as pessoas do perigo para reduzir o número de vítimas”, reforçou Mghendi.

Tragédia se espalha pelo Caribe

Antes de tocar a Jamaica, o furacão Melissa já havia deixado sete mortos em sua passagem pelo Caribe — três no Haiti, três na Jamaica e um na República Dominicana. Segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, o fenômeno continua na categoria 5, com ventos de 280 km/h e tendência de intensificação.

O NHC alertou para o risco de “falhas estruturais totais” em construções vulneráveis, além de “inundações repentinas catastróficas”. A pressão central da tempestade caiu ainda mais, sinal claro de fortalecimento.

Caminho destrutivo segue em direção a Cuba

Após cruzar a Jamaica, o Melissa deve atingir Cuba entre a noite desta terça-feira (28) e a manhã de quarta (29). O deslocamento rápido e o aumento na intensidade preocupam meteorologistas, que classificam o furacão como o mais forte do planeta em 2025.

Governos locais já declararam estado de emergência. Em Kingston, capital jamaicana, moradores se apressaram em proteger janelas com tábuas e reforçar telhados, enquanto estradas começaram a ser bloqueadas pelas autoridades.

A expectativa é sufocante. Quem vive na Jamaica sabe que o pior ainda está por vir. O vento já arranca placas e galhos, o mar avança sobre ruas e o som das sirenes mistura-se ao barulho das ondas. “É o tipo de noite que ninguém esquece”, disse uma moradora de Montego Bay, enquanto deixava a casa às pressas com os filhos.

Com a fúria da natureza prestes a atingir seu auge, o furacão Melissa não é apenas um fenômeno meteorológico — é uma lembrança dolorosa da vulnerabilidade humana diante da força do clima. E, ao que tudo indica, o Caribe ainda terá muito a enfrentar nas próximas horas.

  • Fonte da informação:
  • Leia na fonte original da informação
  • Redação Citizen

    Redação do Portal Citizen

    Artigos relacionados

    Verifique também
    Fechar
    Botão Voltar ao topo