O governo federal anunciou a abertura do processo de caducidade do contrato da Enel em São Paulo, após reunião de três horas no Palácio dos Bandeirantes entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A decisão ocorre quatro dias depois do pedido formal do prefeito ao presidente Lula.

O objetivo inicial de Nunes e Tarcísio era a intervenção imediata na concessionária, mas o ministro Silveira negou a medida. No entanto, reconheceu a insatisfação da população e autorizou a caducidade, que será conduzida pela Aneel e não terá efeito imediato.

Durante o encontro, o prefeito destacou prejuízos de cerca de R$ 5 bilhões nos últimos três anos, agravados pela demora da concessionária em atender ocorrências emergenciais, que passou de 9,1 horas, em 2019, para 12,2 horas, em 2024. Também apresentou exemplos concretos, como o caso de um comerciante do Parque Santo Antônio que perdeu 1.500 picolés por conta de um apagão, prejudicando uma ação social de Natal.

Tarcísio, por sua vez, reforçou que não aceitaria a continuidade do contrato e classificou a Enel como incapaz de atender às necessidades emergenciais do estado. Apesar da pressão, o ministro manteve a decisão de abrir apenas o processo de caducidade, conforme determinação do presidente Lula.

Segundo Nunes, a reunião confirmou a ineficiência da Enel e reforçou a urgência de mudanças na prestação do serviço, especialmente diante de situações adversas causadas por mudanças climáticas. Apesar de não ser o desfecho ideal, o prefeito considera a decisão uma vitória política importante, garantindo atenção federal à questão.