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Crise diplomática

Lula evita acordo com Trump e intensifica tensão entre Brasil e EUA

Em cúpula no Chile, presidente ataca políticas americanas e pressiona cenário internacional

Enquanto o Itamaraty tenta negociar, Lula parece mirar em outro jogo. Durante encontro de líderes progressistas em Santiago, no Chile, o presidente brasileiro deixou claro que não quer acordo com Donald Trump. E mais: fez questão de provocar.

Em vez de buscar entendimento sobre as tarifas de até 50% que os EUA pretendem impor a produtos brasileiros já no início de agosto, Lula optou por acender ainda mais a disputa. O discurso em solo chileno foi duro, com ataques diretos à influência americana na América Latina.

Sem citar Trump, mas mirando nele, Lula falou em “Dissenso de Washington” — uma reinterpretação do Consenso dos anos 80, usado para criticar o liberalismo econômico e a agenda conservadora da nova direita global. E foi além: acusou a extrema direita de controlar algoritmos, atacar universidades e minar democracias com medo e chantagem.

Em paralelo, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o chanceler Mauro Vieira mantêm diálogos diplomáticos com Washington, mas o próprio Lula parece apostar numa narrativa de enfrentamento, com forte apelo político.

Nas entrelinhas, o presidente aposta na visibilidade internacional para reforçar seu papel entre os líderes da esquerda mundial. Com a presença de Pedro Sánchez, Gabriel Boric e Yamandu Orsi, o palco estava montado — e Lula soube usá-lo.

Ao repetir esse tom no Brics e agora no Chile, o presidente brasileiro caminha em rota de colisão com os EUA. Resultado: a ameaça de tarifas, que começou em 10%, subiu para 50%. E, pelo que tudo indica, ainda pode escalar.

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  • Redação Citizen

    Redação do Portal Citizen

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