Dormir bem anda difícil para muita gente, e o magnésio voltou ao centro das conversas quando o assunto é qualidade do sono. Presente naturalmente em alimentos como folhas verdes, castanhas e sementes, o mineral participa de funções essenciais do organismo e tem papel direto no relaxamento do corpo e da mente.
O interesse não é à toa. O magnésio atua no sistema nervoso, ajudando a regular neurotransmissores ligados ao descanso e à sensação de calma. Também contribui para o relaxamento muscular, o que faz diferença para quem deita cansado, mas não consegue desligar. Em níveis adequados, ele favorece um sono mais contínuo e reparador, sem promessas milagrosas, mas com efeitos percebidos no dia a dia.
No entanto, especialistas alertam para a necessidade de cautela. De acordo com Nathalia Padilla, do Instituto de Medicina Johns Hopkins, ainda há poucas evidências científicas de que o magnésio sozinho possa combater a insônia.
“A literatura ainda é limitada. Não se concluiu completamente que o magnésio irá ajudar a melhorar o sono, como se anuncia nas redes sociais”, explica.
O mineral participa de processos que podem induzir relaxamento, mas isso não o transforma em uma “solução milagrosa” para todos.
O nutricionista Ricardo Calle acrescenta que os benefícios do magnésio dependem dos níveis individuais do mineral no corpo.
“Ele ajuda a reduzir a intensidade da excitação neuronal e diminui a probabilidade de arritmias, mas tudo depende do nível prévio de magnésio”, afirma.
Em pessoas com deficiência, a suplementação pode trazer benefícios, mas quem já possui níveis adequados provavelmente não verá diferenças significativas, já que o corpo elimina o excesso.
Tipos de magnésio e suplementação
No mercado, há diferentes formas do mineral, como citrato, bisglicinato e óxido de magnésio, variando em absorção e tolerância. Calle orienta observar o conteúdo de magnésio elementar no rótulo e consultar um médico antes de iniciar a suplementação. A ingestão excessiva pode causar efeitos adversos, como diarreia, náusea e alterações na pressão arterial, principalmente em pessoas com problemas renais ou cardiovasculares.
Magnésio e alimentação
Para a maioria das pessoas, a alimentação equilibrada é suficiente para manter níveis adequados de magnésio. Vegetais verdes, como espinafre, frutas secas, legumes e peixes como o salmão são boas fontes do mineral. Padilla recomenda uma dieta ao estilo mediterrâneo, rica em vegetais, nozes e peixes, e lembra que restrições alimentares devem ser acompanhadas por um nutricionista para garantir a ingestão necessária do mineral.
Combinar hábitos saudáveis
O magnésio funciona melhor quando aliado a hábitos simples: rotina regular de sono, menor exposição a estímulos noturnos e atenção ao consumo de cafeína. Não é uma fórmula mágica, mas pode ser um apoio para quem busca noites mais tranquilas e dias com mais disposição.
No fim das contas, o interesse pelo magnésio reflete algo maior: a busca por noites mais calmas e bem-estar diário, com ciência e cautela guiando o caminho.



