
Um dado que choca e exige resposta urgente: 34,3% das crianças de até seis anos, no setor Estrela D’Alva, apresentam indícios de atraso no desenvolvimento. O levantamento, feito por professores e alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG), vai além dos números. Ele escancara uma negligência estrutural com a primeira infância.
Coordenada pela professora Luciane Costa, a pesquisa mostra que mais da metade dessas crianças também têm risco de alterações de comportamento. E em muitos casos, o problema começa em casa: 66,8% das mães apresentam sintomas depressivos — um fator diretamente ligado ao desenvolvimento dos filhos.
A ausência de políticas públicas de base é um dos principais gargalos apontados. Sem acompanhamento sistemático, sem orientação adequada, famílias enfrentam desafios gigantes com pouco ou nenhum apoio. O que era pra ser cuidado essencial vira invisível.
“A gente via crianças que não interagiam, que não acompanhavam o básico pra idade. Isso machuca”, diz Luciane, que relata ter percebido a urgência do problema ao atender no consultório da faculdade.
Os dados ainda revelam desequilíbrios no peso, alimentação desregulada e hábitos prejudiciais como o uso da TV nas refeições. São sinais claros de que a infância está sendo deixada de lado.
E quando a infância é esquecida, o futuro também corre risco. O estudo reforça o apelo por ações urgentes: investir na saúde mental materna, garantir segurança alimentar e reestruturar o acompanhamento infantil. Porque toda criança merece um começo digno — e isso não pode esperar.