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Julgamento Decisivo

Moraes dá tom duro no STF e afirma: “Houve tentativa de golpe”

Ministro rejeita tese da defesa de Bolsonaro e expõe organização estruturada para manter poder de forma ilegal

A manhã foi tensa no Supremo Tribunal Federal. Com olhar fixo nos papéis e voz firme, Alexandre de Moraes abriu seu voto no julgamento que pode marcar a história política recente do Brasil. Ele não apenas rejeitou, ponto a ponto, as preliminares levantadas pela defesa de Jair Bolsonaro — como o excesso de documentos e supostas falhas processuais —, mas fez questão de apontar: “Não há oito delações. Há uma narrativa distorcida que beira litigância de má-fé.”

O relator não poupou palavras. Disse que não é papel do juiz ser uma “samambaia jurídica” e defendeu a validade das perguntas que fez durante os interrogatórios — 302 no total, muito além das 59 da PGR. Também minimizou os áudios vazados em que Mauro Cid fala de pressão para delatar, dizendo que nada daquilo invalida as provas.

Depois da parte técnica, Moraes partiu para o mérito — e aí o clima pesou. Segundo ele, de 2021 até o 8 de janeiro, uma organização criminosa se articulou com divisão clara de tarefas. Ele mostrou no telão anotações feitas por Alexandre Ramagem com argumentos contra o sistema eletrônico de votação, os mesmos usados depois por Bolsonaro em lives. Também exibiu uma agenda de Augusto Heleno com registros sobre como desacreditar as eleições.

“Não é razoável achar normal um general da ativa ter uma agenda com tópicos golpistas”, cravou Moraes.

E o que vem agora?

Com a fala do relator encerrada, os próximos a votar serão Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin. A semana promete ser longa — e pesada. O que está em jogo não é apenas o futuro de Bolsonaro, mas o limite da legalidade numa democracia que ainda sente as feridas abertas de janeiro de 2023.

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  • Redação Citizen

    Redação do Portal Citizen

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