
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, foi direto ao ponto: se a extrema-direita brasileira realmente articula o tarifaço dos EUA contra o Brasil, ela está atingindo em cheio o próprio povo. Em entrevista ao jornalista Jackson Abrão, ele deixou claro que, se isso se confirmar, é “um tiro no pé” do país.
Segundo Schreiner, a defesa da medida por bolsonaristas nos EUA, como o deputado Eduardo Bolsonaro, soa como uma punição ideológica que pode custar caro à economia nacional, principalmente ao agro. “É jogo de perde-perde”, disparou, ao lembrar que o tarifaço deve aumentar os custos de produção e derrubar a competitividade do setor.
O líder do agro goiano cobrou menos ideologia e mais diplomacia: “O Brasil sempre se deu bem com países de esquerda ou direita. Precisamos pensar no bem da população”. Ele também citou falhas do governo federal, como o alinhamento com Irã e Palestina, que, segundo ele, “influenciam sim” no cenário comercial.
Sobre as sanções do STF contra Bolsonaro, Schreiner foi crítico: chamou de “exageradas” e “quase uma prisão”. Ao mesmo tempo, afirmou que 80% dos brasileiros estão cansados da polarização, e defendeu o fim dos extremos, tanto do governo quanto da oposição.
Com o tarifaço batendo à porta, o agro goiano já busca alternativas. A China, que absorve 84% das exportações de Goiás, e novas tratativas com o Japão, são apostas para segurar o baque. Mas a sensação geral é de que, se nada mudar até agosto, o prejuízo será geral, amplo e irrestrito.