A reaproximação entre Rússia e Estados Unidos ganhou novo contorno com a proposta do presidente Vladimir Putin de negociar um novo tratado de armas nucleares. Às vésperas do esperado encontro com Donald Trump, o líder russo sinalizou que pode ceder em temas sensíveis — desde que receba algo em troca.

Com o arsenal nuclear em foco, Putin parece buscar mais do que segurança: quer convencer o republicano a aliviar as duras sanções que estrangulam a economia russa. Ele aposta na retomada da diplomacia para reverter o isolamento internacional imposto desde a invasão da Ucrânia.

Trump, que já demonstrou interesse em redesenhar a política externa americana, pode enxergar nesse movimento uma chance de marcar território em ano eleitoral. A Rússia, por sua vez, vê no possível retorno do ex-presidente à Casa Branca uma brecha estratégica para redefinir o equilíbrio de forças globais.

Enquanto isso, as ameaças veladas de Moscou e o avanço militar na Ucrânia mantêm o Ocidente em alerta. O controle de ogivas nucleares, hoje limitado pelo Novo START — que expira em fevereiro —, pode ser o fio de esperança num cenário de tensão crescente.

Putin sabe que, ao falar de armas atômicas, coloca seu país à mesa dos grandes. E, ao se apresentar como peça-chave para a “paz global”, tenta redesenhar seu papel em um tabuleiro cada vez mais volátil.