
Sete minutos. Foi esse o tempo necessário para que dois homens, vestidos com coletes amarelos, quebrassem uma janela do Louvre, invadissem a luxuosa Galeria Apollo e levassem joias históricas da monarquia francesa. O ataque aconteceu no domingo (19), mas o impacto ainda reverbera por toda a França.
Entre os itens roubados, estão uma tiara cravejada com 24 safiras e mais de mil diamantes, usada por Maria Amélia, além de um colar e brincos dados por Napoleão a Maria Luísa da Áustria. O conjunto de esmeraldas, lapidadas à mão no século XIX, desapareceu sem deixar rastro. Oito das nove peças levadas ainda não foram localizadas.
A fuga foi tão cinematográfica quanto a entrada: os criminosos escaparam às margens do Sena, em duas scooters. No caminho, deixaram para trás uma Paris perplexa e um museu fechado para investigações. A falha de segurança virou escândalo nacional. Janelas destrancadas, acesso livre a um elevador externo e vigilância despreparada para tamanha ousadia.
Autoridades temem que as joias já estejam fora do país, cortadas, derretidas ou sendo usadas para lavagem de dinheiro. E o golpe parece ter sido frio e calculado.
“Não se trata de amor pela arte. É crime organizado com foco no lucro rápido”, afirmou Natalie Goulet, senadora francesa.
Para muitos, foi mais do que um roubo. Foi um ataque direto à memória nacional. Como definiu a escritora Elaine Sciolino: “um punhal no coração da história francesa”.