Impasse Político
Senado adia votação do PL da renda e mantém texto aprovado pela Câmara
Pedido de vista coletiva empurra decisão para quarta-feira, relator Renan Calheiros critica alterações feitas por Arthur Lira e promete projeto complementar
A votação do projeto de lei da reforma da renda (PL 1.087/2025) foi adiada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para esta quarta-feira (5). O texto, que define novas regras do Imposto de Renda e amplia a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, deve ser analisado no plenário no mesmo dia, encerrando a tramitação no Congresso ainda nesta semana.
O adiamento foi resultado de um pedido de vista coletiva feito por senadores, que pediram mais tempo para avaliar o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Apesar das críticas à versão aprovada pela Câmara dos Deputados, o relator decidiu manter a redação original, com pequenos ajustes técnicos. A estratégia visa acelerar a aprovação e evitar que o texto volte à Câmara — o que devolveria o controle do projeto ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), seu rival político.
Renan, no entanto, não poupou críticas ao conteúdo. Segundo ele, os deputados retiraram pontos importantes, como a isenção da atividade rural e de letras de crédito da base tributável das altas rendas. O senador também acusou a Câmara de usar o projeto como moeda de troca política em pautas como a PEC da blindagem e a anistia aos condenados do 8 de Janeiro.
Mesmo com o impasse, o relator sinalizou que o Senado deve apresentar um projeto complementar para corrigir distorções. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já demonstrou apoio à ideia. Caso aprovado, o PL da renda começa a valer em 2026, ano em que o governo promete entregar uma nova atualização da tabela do Imposto de Renda.



