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Dia Mundial do Chocolate destaca importância do cacau brasileiro no mercado global

Quando o chocolate vira afeto e agroindústria ao mesmo tempo

Tem coisa mais universal do que chocolate? Em barra, bombom, brigadeiro ou quente na caneca, o doce atravessa culturas, gerações e sentimentos. Mas neste 7 de julho, Dia Mundial do Chocolate, a reflexão vai além do paladar. É dia de pensar também em quem planta, colhe, fermenta, seca e transforma o cacau em produto — uma cadeia que, no Brasil, move a economia, preserva florestas e alimenta sonhos.

A data, criada oficialmente em 2010 pela Organização Internacional do Cacau junto à Academia Francesa do Chocolate, valoriza o cacau como insumo agrícola estratégico. E o Brasil tem muito o que mostrar nessa conversa.

Brasil na linha de frente da produção global de cacau

Hoje, o país ocupa o 7º lugar entre os maiores produtores de cacau do mundo, com cerca de 200 mil toneladas colhidas por ano, segundo dados de 2023. Estados como Bahia e Pará lideram, mas Espírito Santo e Rondônia também vêm se destacando — ampliando a geografia do cacau brasileiro.

A base dessa produção é majoritariamente composta por pequenos agricultores. São mais de 93 mil famílias, a maioria com propriedades entre 5 e 10 hectares. Essa estrutura pulverizada sustenta uma cadeia que movimenta R$ 23 bilhões por ano e gera mais de 200 mil empregos.

Trabalho, sabor e identidade

Mesmo com todo esse volume, a história nem sempre é doce para quem está no campo. Em 2024, o preço da amêndoa bateu recordes históricos, ultrapassando US$ 10 mil por tonelada. Foi motivo de alívio para alguns produtores, mas também gerou tensão: nem todos receberam os ganhos esperados. A indústria absorveu boa parte da valorização, reacendendo debates sobre contratos justos e distribuição de renda na cadeia.

Enquanto isso, nas gôndolas dos mercados e vitrines das confeitarias, o chocolate ganha novas formas — e muitos significados. O brasileiro consome em média 3,5 kg por pessoa por ano, colocando o país como 5º maior mercado consumidor do mundo. Mas o consumo vai além da quantidade. Ele está carregado de memória.

Chocolate é lembrança de infância e inovação no campo

Quem nunca abriu um bombom e foi transportado direto pra uma cena da infância? Um lanche na escola, uma festa de aniversário, uma surpresa no fim do dia? O chocolate carrega afeto — e também inovação.

Novos modelos como “bean to bar” (do grão à barra) e “tree to bar” (da árvore à barra) têm ganhado espaço. São chocolates artesanais, feitos com rastreabilidade, alto teor de cacau e práticas sustentáveis. A busca por produtos com menos açúcar, mais terroir e impacto ambiental reduzido é crescente.

Na Bahia, o sistema cabruca — com cultivo sob árvores nativas — e os sistemas agroflorestais no Norte do país mostram como o cacau pode ser aliado da preservação. É o chocolate com selo de floresta em pé.

O Brasil que sustenta o chocolate do mundo

Seja em forma de presente, consolo, celebração ou negócio, o chocolate é um símbolo global. Mas por trás dele, existe um país com solo fértil, gente que trabalha duro e uma cadeia inteira em constante transformação.

Neste Dia Mundial do Chocolate, celebrar é também reconhecer e entender que antes da mordida, vem a terra. Vem o Brasil.

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  • Redação Citizen

    Redação do Portal Citizen

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