Um sol impiedoso cobriu o céu do Japão nesta terça-feira (5), quando os termômetros marcaram 41,8 °C na cidade de Isesaki, província de Gunma, a maior temperatura já registrada no país. O número supera o recorde anterior de 41,2 °C, registrado na semana passada em Tamba, reforçando um verão que já está entre os mais agressivos da história recente.

O impacto é devastador. Mais de 53 mil pessoas já foram hospitalizadas por insolação, segundo dados da Agência de Gestão de Incêndios e Desastres. Ruas esvaziadas, crianças em casa e uma população inteira em busca de sombra e água fresca. Takeshi Ishikawa, de 63 anos, tentava se refrescar numa fonte em Tóquio. “Se chegar a 42 graus, vai estar mais quente que o meu banho”, disse.

O calor também ameaça um dos pilares da alimentação japonesa: o arroz. A falta de chuvas no nordeste do país e a proliferação de percevejos nas plantações acenderam o alerta nas autoridades. O governo corre contra o tempo para aprovar medidas emergenciais de combate à seca e controle de pragas.

“Precisamos agir com rapidez e senso de crise”, afirmou o ministro da Fazenda, Shinjiro Koizumi, citando os danos causados em 2023, quando o calor extremo comprometeu a qualidade do arroz e levou o país à beira de uma crise alimentar.

Agora, o Japão tenta escapar de um colapso anunciado. E o clima não dá trégua.