
Anápolis perde uma de suas maiores referências em solidariedade e fé
Anápolis amanheceu mais silenciosa nesta quarta-feira (6). Aos 61 anos, faleceu o reverendo Wildo Gomes dos Anjos, fundador da Missão Vida e um dos maiores nomes do acolhimento social no Brasil. Natural de Corumbá de Goiás, Wildo era mais do que um líder religioso — era um símbolo de compaixão, coragem e transformação.
Desde 1983, quando deu início à Missão Vida nas ruas de Anápolis, Wildo trilhou um caminho que poucos teriam coragem de seguir: o de cuidar dos invisíveis. O projeto, nascido da fé e do inconformismo diante da dor alheia, cresceu. Chegou a sete estados brasileiros e rompeu fronteiras. Foram 54 países alcançados com ações missionárias, palestras e a palavra que ele carregava com tanto fervor.
Mas seu legado não para por aí. Wildo era também escritor, com 17 livros publicados — entre eles títulos emblemáticos como A Missão que Surgiu na Madrugada e Jesus Negro, nos quais colocava alma e verdade em cada página. Sua voz ressoava semanalmente nas colunas do Jornal Contexto, onde tratava temas sociais com a sensibilidade de quem via o ser humano antes da estatística.
Casado com Rosane Borges e pai de quatro filhos, Wildo deixa não só uma família enlutada, mas uma cidade inteira marcada por sua presença. A Missão Vida continua — mas hoje, Anápolis se despede do homem que transformou dor em esperança. O céu ganhou um missionário incansável.