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Tarifaço dos EUA ameaça competitividade do DAIA e acende alerta em Goiás

Especialista aponta riscos de retração econômica regional e cobra articulação política urgente para proteger indústria goiana

Com tarifa de até 50%, DAIA sente primeiros impactos de medida dos EUA

A nova rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros caiu como um balde de água fria no setor industrial goiano. E o Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), um dos principais polos de exportação do Centro-Oeste, está no centro da preocupação.

Com aumentos que chegaram a 50%, a competitividade das indústrias locais já começa a ser afetada — não só para quem exporta diretamente, mas para toda a cadeia produtiva que gira em torno dessas empresas. A avaliação é do advogado tributarista Ademir Gomes, que vê risco real de uma “desaceleração em cadeia”.

“Quando uma empresa perde mercado lá fora, ela reduz produção aqui. Isso afeta fornecedores, empregos e até o transporte logístico regional”, explica Gomes.

O DAIA, que reúne mais de 200 indústrias, depende de insumos importados e da estabilidade de contratos internacionais. A nova política tarifária de Trump mexe justamente nessa estrutura.

E o cenário fica ainda mais tenso porque os produtos brasileiros ficam artificialmente mais caros nos EUA. “Isso tira nossa vantagem competitiva”, reforça o tributarista.

Para o especialista, é hora de unir forças. Ele defende uma atuação política firme da bancada goiana no Congresso, do governo estadual e do Itamaraty para negociar exceções tarifárias para setores estratégicos, como o armoquímico, que tem forte presença em Anápolis.

Gomes lembra que cerca de 700 itens brasileiros já foram isentados, mas que o número é pequeno diante do impacto geral. “Temos que ampliar essa lista. Goiás não pode ficar de fora da mesa de negociação”, afirma.

Enquanto a política se move — ou tenta —, as empresas precisam agir. Diversificar os mercados, olhar para América Latina e África, e repensar a logística interna podem ser alternativas viáveis. Ademir ainda sugere que as indústrias procurem apoio técnico para otimizar custos tributários, o que pode garantir mais fôlego nessa travessia.

A mensagem é clara: o DAIA não pode esperar. A resposta precisa ser técnica, estratégica e rápida. Porque cada semana de inércia custa produção, empregos e crescimento.

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  • Redação Citizen

    Redação do Portal Citizen

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