
Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França, foi condenado nesta quinta-feira (25) a cinco anos de prisão por conspiração criminosa. O tribunal de Paris considerou que ele permitiu que aliados próximos buscassem financiamento ilícito com o regime líbio de Muammar Kadafi para sua campanha presidencial de 2007.
A sentença é dura: mesmo se recorrer, Sarkozy deve ir direto para a prisão nas próximas semanas, segundo informou a BFMTV. Aos 70 anos, o político enfrenta o maior golpe de sua trajetória pública, marcada por polêmicas e batalhas judiciais desde que deixou o cargo em 2012.
Apesar de ter sido absolvido das acusações de corrupção e recebimento ilegal de fundos, a juíza não teve dúvidas ao apontar sua responsabilidade na articulação com o governo líbio. Ainda que não existam provas diretas de que o dinheiro tenha entrado em sua campanha, o tribunal avaliou que a tentativa de obter recursos em troca de apoio internacional a Kadafi já configurava o crime.
Entre os condenados também estão Claude Guéant, ex-braço direito de Sarkozy, e Brice Hortefeux, ex-ministro do Interior. O caso se arrasta há anos e soma-se a outras condenações já registradas no histórico do ex-presidente, incluindo corrupção e financiamento ilegal.
Mesmo fragilizado judicialmente e tendo perdido a Legião de Honra, Sarkozy ainda é uma figura de peso na política francesa. Recentemente, voltou a circular entre aliados e causou ruído ao declarar que a ultradireita liderada por Marine Le Pen faz parte do “arco republicano”. Agora, enfrenta seu capítulo mais sombrio atrás das grades.