Natureza Incrível
Descoberto sauá albino na Mata Atlântica pela primeira vez no mundo
Registro inédito no Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, revela raridade genética e reforça a importância da conservação da floresta
Sauá albino surpreende pesquisadores no Parque Estadual do Rio Doce
Uma cena rara e incrível deixou a equipe do projeto Primatas Perdidos em choque: um sauá albino foi avistado pela primeira vez no mundo, no Parque Estadual do Rio Doce, a maior área contínua de Mata Atlântica em Minas Gerais. A descoberta foi feita durante um levantamento populacional com drones equipados com câmeras coloridas e térmicas, capazes de detectar até animais escondidos entre a vegetação densa.
Vanessa Guimarães, bióloga e fundadora do projeto, lembra do momento:
“Quando passamos para a câmera colorida, vimos um indivíduo completamente branco. Foi como encontrar uma agulha no palheiro.”
O sauá estava acompanhado de outros dois indivíduos de coloração normal, e se integrava naturalmente ao grupo, sem sinais de rejeição.
Albinismo raro indica desafios para a fauna local
Casos de albinismo entre primatas neotropicais são extremamente raros, e este registro inédito levanta preocupações sobre o impacto da degradação ambiental e do isolamento populacional. O entorno do parque sofreu forte degradação ao longo de mais de 150 anos, com expansão urbana e monoculturas, afetando a troca genética entre os grupos.
Fatores externos, como poluição e uso de agrotóxicos, também podem influenciar alterações genéticas, embora ainda não haja confirmação de que tenham causado o albinismo do sauá.
Sauá, um guardião silencioso da Mata Atlântica
O sauá, ou guigó, é discreto, monogâmico e vive em pequenos grupos familiares. Alimenta-se principalmente de frutas, ajudando a dispersar sementes e mantendo o equilíbrio ecológico da Mata Atlântica. Apesar de sua importância, a espécie está classificada como “quase ameaçada de extinção”, sofrendo com a perda e fragmentação do habitat.
O registro do albino é um lembrete de que a natureza ainda guarda segredos extraordinários, reforçando a necessidade de proteger essas florestas e suas espécies únicas.
“Ele nos dá esperança de que a Mata Atlântica ainda guarda surpresas incríveis”, conclui Vanessa Guimarães.



