A Polícia Federal informou que descobriu no celular de Jair Bolsonaro (PL) um documento pedindo asilo político à Argentina. Segundo o relatório final da Operação Tempus Veritatis, a carta foi criada no nome do ex-presidente e endereçada diretamente ao presidente argentino Javier Milei. O texto tem 33 páginas e estava salvo no aparelho desde o dia 10 de fevereiro deste ano.

A minuta, redigida pela esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), descreve o ex-presidente como vítima de perseguição política e alega que ele teme sofrer um novo atentado ou ser preso injustamente. A carta também afirma que Bolsonaro não se sente seguro no Brasil e solicita urgência no acolhimento por parte do governo argentino.

Dois dias antes da data do arquivo, Bolsonaro havia entregado o passaporte por ordem da PF. E dois meses antes, ele esteve na posse de Milei, em Buenos Aires, ao lado do filho Eduardo.

Mesmo com todos esses movimentos, o governo argentino negou ter recebido qualquer pedido oficial de asilo. A Polícia Federal vê o documento como parte de uma possível tentativa de evasão do país, após o avanço das investigações sobre uma organização que teria atuado para derrubar o Estado Democrático de Direito.

O material encontrado inclui espaço para assinatura e data de envio, mas não há confirmação de que a carta tenha sido de fato enviada. Até agora, Bolsonaro e seus representantes não comentaram o conteúdo divulgado pela PF.