Crise Comercial Internacional
Brasil perde apoio da União Europeia e fica isolado na disputa contra tarifaço de Trump
Acordo entre EUA e UE esvazia força do Mercosul e pressiona governo Lula a agir para evitar novas tarifas, intenção de Lula de regular mídia teria pesado na decisão

Na reta final das negociações, o Brasil viu seu principal aliado geopolítico abandonar o barco. A União Europeia, até então parceira estratégica do Mercosul, fechou acordo direto com os Estados Unidos no domingo (27), deixando o país isolado diante do tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump.
Sem o apoio europeu, o governo Lula perdeu força nas conversas para tentar barrar as novas tarifas que entram em vigor já no dia 1º de agosto. A equipe brasileira ainda aguarda justificativas legais da Casa Branca, mas já se fala abertamente no componente político por trás da sanção: o alinhamento do Brasil com governos anteriores e o receio americano com regulação de big techs por aqui.
Enquanto isso, o chanceler Mauro Vieira, em Nova York, tenta costurar um encontro com o secretário de Estado, Marco Rubio, e até se dispôs a ir a Washington nos próximos dias. Mas o tempo é curto. E a oposição pressiona: acusa Lula de inércia e cobra um gesto direto do presidente. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi direto, sugeriu que Lula engavete ideologias e ligue para Trump.
Mesmo com esforço técnico nas negociações, incluindo articulações de Geraldo Alckmin com representantes comerciais dos EUA, a ausência de um contato direto de Lula com o presidente americano é vista como um erro político. E, agora, com a Europa fora do jogo, o Brasil corre contra o relógio para evitar perdas bilionárias em exportações.