Movimentos que chamam atenção no Congresso
O dia mal tinha virado a esquina quando a decisão do ministro Gilmar Mendes começou a repercutir. Ele determinou que apenas a Procuradoria-Geral da República pode apresentar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo. A resposta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara veio quase de imediato, num ritmo que não passou despercebido: a CCJ aprovou, de forma rápida e silenciosa, uma proposta que trata justamente do mesmo tema.
Timing político levanta interpretações nos bastidores
Entre aliados da presidência da CCJ, a versão foi direta: tudo não passou de coincidência. O texto, segundo eles, já estava programado para avançar. Mas bastou circular pelos corredores para perceber que essa explicação não convenceu todo mundo. Deputados do Centrão viram o movimento como um recado claro, uma espécie de reação institucional à limitação imposta por Gilmar. Nada dito oficialmente, claro — mas muito comentado de porta em porta.
Câmara acena ao Senado e amplia o debate
A aprovação relâmpago ecoou também no Senado, onde a pauta sobre impeachment de ministros sempre desperta sensibilidades. A leitura de parte da classe política é que a Câmara, ao avançar no tema justamente naquele dia, alinhou-se ao incômodo já existente na outra Casa. Em um ambiente tão marcado por disputas de atribuições, cada gesto vira símbolo — e esse ganhou força.
Um embate que segue aberto
Mesmo com a tramitação ainda longa pela frente, a reação da CCJ reforça que o debate sobre limites entre Poderes está longe de arrefecer. A decisão do Supremo e o contra-movimento da Câmara expuseram, de novo, as tensões que definem o cenário político atual. E, pelo visto, ainda veremos novos capítulos dessa disputa.



