COP30 termina sob críticas e sinais de resistência diplomática
A fala de António Guterres ecoou com um misto de franqueza e cautela. Ele admitiu que o saldo da COP30, realizada em Belém, não chegou perto do nível de ambição que muitos esperavam. Ainda assim, sua avaliação carregou um tom quase esperançoso ao apontar que, mesmo com ausências de peso e interesses conflitantes, houve acordo possível entre quase 200 delegações.
Pressões externas e um acordo improvável
Guterres comentou que sua percepção sobre a conferência é “contraditória”, e não escondeu a frustração. Com os Estados Unidos fora das negociações e a indústria de combustíveis fósseis jogando contra qualquer avanço, o cenário parecia travado. Apesar disso, o secretário-geral ressaltou que a construção de um texto final demonstra que, diante das tensões, o mecanismo de diálogo entre países segue funcionando.
Debates travados e temas sensíveis
A conferência abriu espaço para que as nações discutissem 145 tópicos, mas apenas 20 ganharam peso real nas mesas de negociação. No relatório final, o embaixador André Corrêa do Lago afirmou ter percebido uma “convergência” em algumas contribuições, mas reconheceu que pontos decisivos permaneceram empacados. Entre eles, financiamento climático e reformulações na arquitetura financeira global.
Impasses que desafiam o futuro das metas ambientais
Os entraves não passaram despercebidos. Algumas propostas dividiram delegações e ampliaram a sensação de que a agenda climática ainda enfrenta corredores estreitos. A falta de consenso evidencia que, mesmo com esforços diplomáticos, o ritmo das decisões ainda está distante da urgência climática. É um desses momentos em que fica claro que há avanços, mas também muito por resolver.



