Sucesso Caseiro
Do calor do fogão à lenha ao fortalecimento da marca
Um negócio que nasceu do afeto e virou referência em sabor artesanal: a trajetória da Granola Quinta de Santa Rita, de Pirenópolis

Magda Leite de Assis Fonseca nunca imaginou que uma receita feita para a família se transformaria em um negócio admirado em vários cantos do país. Mineira de Belo Horizonte, ela trocou a paixão pela cerâmica – que cultivava como hobby em seu ateliê na chácara – pelo calor do fogão à lenha, onde nasceu a Granola Quinta de Santa Rita. . “Tudo começou de maneira muito espontânea. Eu usava o forno do fogão a lenha que tínhamos na chácara para assar granola pra casa. Aí os amigos provaram, gostaram e começaram a encomendar”, relembra Magda.
“Meu filho mais novo vendia artesanato na Praça do Coreto e passou a levar os pacotinhos em 2012, ainda quando vivíamos em uma chácara em Senador Canedo. Em pouco tempo, as pessoas começaram a voltar a procurar mais”, conta. A mudança para Pirenópolis, em 2018, consolidou esse caminho. O sabor, reforçado pelo toque especial do forno à lenha, conquistou mercados em Goiânia, Anápolis, Brasília, sul e nordeste do país. “Tem gente que diz que é mais gostoso que chocolate”, brinca Magda, sorrindo com orgulho e outros já dizem que achavam granola ruim e hoje acham delicioso.
Magda sempre contou com o apoio da família para empreender. Mãe de três filhos, ela faz questão de destacar que o incentivo do marido e dos filhos foi essencial em cada etapa da caminhada. “Minha filha Renata, educadora física, promove nossos produtos com seus alunos e o mais velho, André, contribui com a organização do negócio”, compartilha.
A produção continua sendo feita com rigor artesanal. São cerca de 25 quilos por dia, tudo sob encomenda, assado lentamente em três fornos a lenha fabricados no Sul com objetivo de defumação, “eu testei com a granola e deu muito certo”, conta sobre o processo de estruturação da empresa.
Cada ingrediente é selecionado com o mesmo carinho de quem cozinha para a própria família. “Não tem segredo. A diferença está no cuidado. Até o coco eu ralava na mão, com o aumento da demanda terceirizei, mas acompanho de perto a produção das lascas”, revela. Esse zelo se reflete na textura, no aroma e no sabor.
Apoio do Sebrae e nova fase com rebranding e consultorias
O crescimento das vendas trouxe novos desafios. Com a expansão da clientela e a exigência de nota fiscal por parte dos estabelecimentos, a formalização foi inevitável. Magda se tornou Microempreendedora Individual (MEI) e buscou apoio técnico no Sebrae.
O próximo passo é a reformulação das embalagens, agora com suporte do SEBRAETEC. Magda, que no início usava palha da bananeira para fechar os pacotinhos, reconhece que a profissionalização da marca é necessária. “Antes eu mesma desenhava os rótulos, porque queria que o fogão a lenha estivesse ali, estampado. Mas agora não dá mais pra fazer tudo na mão. A produção cresceu e os produtos viajam pra longe”, explica.
Com o projeto de rebranding, a Granola Quinta de Santa Rita vai ganhar uma identidade visual mais moderna, sem perder a essência artesanal que a tornou tão especial. “Se não fosse o Sebrae, eu não teria como pagar por isso. Eles cobrem 70% do valor do projeto, e eu cuido dos 30%”, detalha.
Além da nova embalagem, a empresa também se adaptou às exigências sanitárias, sempre buscando manter o equilíbrio entre tradição e qualidade. “Aqui tudo é feito como antigamente, só que com mais cuidado ainda. Tudo dentro dos padrões, sem perder o sabor de casa”, garante Magda.
Mais do que um negócio, a granola é uma escolha de vida. “Ela representa um jeito mais devagar de viver. Não quero crescer de qualquer jeito, prefiro manter o padrão. Quero continuar fazendo com amor”, conclui.
Para saber mais acesse o Instagram: @magdadeassis
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